Andrés Sanchez é o grande convidado a discursar na abertura da Soccerex.
Na importante feira sobre futebol no Rio, ele representa a CBF que não é a sua.
Se tiver coragem, como já adiantou a amigos será a última vez.
Pelo menos com José Maria Marin como presidente e Marco Polo como vice.
Aproveitar os holofotes e seguir o único caminho decente que lhe resta.
Agradecer Ricardo Teixeira, seu mentor, e pegar o seu chapéu.
Ir embora, deixar o seu cargo decorativo.
Não ser mais fantoche de ninguém.
Desde que Ricardo Teixeira foi forçado a sair da CBF, seu mundo caiu.
Ele sabe que não partilha da confiança de Marin.
Não opina.
É avisado das decisões mais importantes da Seleção Brasileira.
Adversários, locais de concentração, dias de viagem.
Convocados, desconvocados.
Tudo virou motivo de surpresa.
Muitas vezes era informado por jornalistas sobre o que aconteceria.
Uma postura desrespeitosa, que ele suportou.
Pensou que estivesse fazendo um enorme favor a Ricardo Teixeira.
Seria o seu representante nos bastidores da entidade, brigando pelos seus desejos.
Ele se enganou por muito tempo.
Mas precisou Mano Menezes, homem que levou para a CBF ser demitido, para acordar.
A pancada foi forte demais.
E de propósito.
Marin e Marco Polo o excluíram do plano de tirar Mano para forçar a sua demissão.
Decidiram tirar o técnico sem o consultar.
E ainda lhe deram duas missões.
O avisar que estava dispensado.
Ser o mensageiro que estava acabado o sonho da vida do treinador.
Ele não seria o comandante do Brasil na Copa do Mundo de 2014.
Nem a Copa das Confederações serviria como um teste da sua capacidade.
Problema dele se havia achado a 'fórmula' da Seleção jogar e voltar a ganhar.
Na visão de Marin e, principalmente, de Marco Polo foram dois anos de fracassos.
Nada menos do que 102 convocações, perda da Copa América e da Olimpíada.
Além de não conseguir sequer uma vitória contra qualquer seleção importante do mundo.
Argentina B não enganou nenhum dos dois.
A série de invencibilidade contra adversários como Gabão e Iraque não foi levada em consideração.
Além de ter dado a notícia a Mano, veio a extrema humilhação.
Teve de dar a coletiva de explicação sobre a saída.
Não foi por acaso que falou palavrões e deu tantas respostas pela metade.
Andrés não sabia o que dizer.
Teve de explicar o que não decidiu.
Deixou escapar apenas uma meia verdade.
"Fui voto vencido."
Realmente ele foi voto vencido, mas quando as urnas estavam fechadas.
Sua vontade não importava para Marin e para Marco Polo.
Andrés ficou tão chocado com a decisão que ficou sem ter o que fazer.
Passou a sua sexta-feira de agonia.
Foi quando falou com Ricardo Teixeira.
E teve dele a liberação.
Não precisava mais passar por humilhação pública.
Não havia sentido.
Marin declarou guerra.
Decidiu trair os pedidos feito pelo ex-presidente.
Ele queria a preservação de Mano e Andrés.
Mano foi demitido e a opinião do ex-presidente corintiano passou a ser desprezada.
Foi liberado a sair.
Teve todo o caloroso apoio de Mário Gobbi e vários dirigentes corintianos.
De acordo com os que o cercam, voltou a falar com Mano.
Em tom de desculpas, mas não precisava.
O técnico sabe que a decisão não foi dele.
A tristeza e a decepção que sentiu em Mano teriam sido decisivas.
Chegou a hora de sair.
Oportunidade melhor não há.
Ele falará hoje como representante da CBF.
Graças a amigos, a informação vazou a jornalistas que cobrem a Seleção.
O país está esperando seu discurso de despedida.
E Kléber Leite e alguns presidentes de Federações também.
Querem começar a partir da saída de Andrés um levante.
Declarar guerra para tomar o poder em abril de 2014.
Tendo a orientação de Teixeira, criar uma frente para derrubar Marin e Marco Polo.
Nas urnas, na próxima eleição da CBF.
Andrés pode voltar a acalentar o sonho de comandar o futebol no Brasil.
Com uma pequena chance até de apoio da TV Globo.
Ou lutar pelo menos para que a emissora não fique de lado algum.
Fazer com que Lula também trave Aldo Rebelo e Dilma Rousseff.
Tarefa pesadíssima.
Mas chegou a hora de agir.
O início de uma revolução pode começar hoje.
Se Andrés tiver coragem de encarar a briga.
É preciso muita coragem.
Se não se demitir, poderá ter perdido a chance de sua vida.
Continuará circulando na CBF como um fantasma, sem poder.
Sem ser levado em consideração.
Será que foi para isso que o ex-presidente corintiano articulou tanto?
Ter o direito a uma camiseta, um calção e um par de chinelos?
Ficar sentado em um hall nos hotéis onde a Seleção se concentra esperando o tempo passar?
Ser apontado como o diretor de Seleções?
E também homem sem poder?
A chance de mudar sua vida chegou.
Mesmo se perder a eleição, sairá vencedor.
Não foi assim, perdendo como vice de Kléber Leite na do Clube dos 13, que nasceu para a política esportiva fora do Corinthians?
Foi quando ganhou o amor eterno de Teixeira e da Globo.
A história se repete.
A oposição a Marin e Marco Polo existe, silenciosa, covarde.
Só está esperando alguém de coragem para a assumir.
A adesão será imediata.
Ele sabe quantas pessoas importantes esperam uma atitude, um gesto.
A hora do rompimento é esta, Andrés Sanchez.
De mudar o cenário de todo o futebol brasileiro.
Ou você ainda não se cansou de tanta humilhação?
Cosmo Rimoli
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