Duas decisões judiciais proferidas nesta sexta-feira, 26, por uma mesma juíza mostram o quanto é confuso e contraditório para o entendimento da sociedade alguns despachos do nosso judiciário.
A juíza plantonista de hoje, Paula Frassinetti, da comarca de Patos, tinha em sua mesa pedidos de prisão requeridos por dois delegados sobre crimes bem diferentes ocorridos em Piancó: enquanto o dr. Glêberson Fernandes solicitava a prisão de duas pessoas envolvidas no assassinato de um jovem de 17 anos na cidade; o delegado José Pereira apresentava à magistrada a autuação de um rapaz de 26 anos acusado do furto de três galinhas, para que o flagrante fosse ou não convertido em prisão preventiva. Decisões diferentes para casos distintos: apenas o ladrão de galinha foi para a cadeia.
Segundo o delegado regional Glêberson Fernandes, a juíza argumentou que não havia necessidade de prisão temporária para os acusados da morte do jovem José Hugo, assassinado a tiro no último dia 19, porque as testemunhas do caso já tinham sido ouvidas e não havia risco de coação contra elas. A decisão da magistrada de negar as prisões surpreendeu o delegado, uma vez que, segundo ele, o crime foi planejado e cruel, motivando forte comoção social.
Pelo outro lado, a juíza mandou para a cadeia o itaporanguense F. A. de S., que furtou três galinhas no começo da noite dessa quinta-feira, 25, de uma propriedade localizada no sítio Ferrão, município de Piancó. As aves foram recuperadas, mas ele não se livrou da prisão. "Nesse caso do furto, a juíza poderia até ter aplicado o princípio da insignificância e não considerar a necessidade da prisão, mas seu entendimento foi outro", comentou Glêberson, ao lamentar que a Justiça tenha sido dão dura contra o autor de um pequeno furto, e não tenha se pronunciado com a mesma rigidez sobre um crime tão grave, que foi a morte de uma pessoa.
Fonte:folhadovali
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