Piancó,
o Voto Secreto e o Professor Mesmo com a oficialização do Voto Secreto só
tendo ocorrido em 1934, por ato do Presidente Getúlio Vargas, Piancó já teria
iniciado essa prática, em 1916. A particularidade foi presenciada por várias
testemunhas, no entanto o sucedido não teve nenhuma expressão.
Em
1912, Austreclino José de Oliveira, pernambucano da cidade de Triunfo, chegou
ao povoado de Garrotes, onde adquiriu um sítio, objetivando residir com os
seus familiares. Instalou uma loja de tecidos e nas horas vagas, lecionava em
uma escola particular de sua propriedade.
Considerado
um intelectual, dominador da língua portuguesa, do latim e do inglês, logo
conquistou a simpatia de inúmeros alunos que moravam nas cidades próximas e
convergiam ao ser estabelecimento, aumentando cada vez mais a sua fama e
despertando a admiração da classe política.
O
professor tornou-se figura obrigatória em todas as festividades e por
diversas vezes manifestou o desejo de ingressar na vida pública. A
concorrência, no entanto, o afastava desse sonho, época em que mandava em
Piancó o deputado Felizardo Leite, Padre Aristides e Antônio Moreira, todos
os representantes do mestre.
Eleição
de 1916. No momento em que foi votar Austreclino José de Oliveira, ao ser
perguntado pelo presidente da mesa; - A quem pertence o seu voto? A resposta
veio original, sem qualquer constrangimento, - "Sou brasileiro, sou
eleitor, o voto é livre, voto com a legalidade do título e com minha
consciência. A urna dirá". Por ser considerado algo inaceitável para
época, o voto acabou sendo anulado. Quem venceu as eleições foi o Padre
Aristides. Divulgou-se que talvez Austreclino José de Oliveira, teria votado
no Padre, mas devido a sua criatividade não soube ao certo em quem ele votou.
por Hosmá Passos, o poeta de Piancó e pesquisador em educação há mais de cinco anos.
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